O envelhecimento e a longevidade sempre fomentaram um mercado lucrativo e há décadas temos exemplos de procedimentos que poderiam estimular a produção de testosterona com esse fim. Em 2012 as vendas de testosterona nos EUA de apenas um laboratório movimentou cerca de 1,1 bilhão de dólares, mas em 2016 essas vendas reduziram para próximo de 675 milhões. Isso ocorreu principalmente após o FDA revisar as indicações da reposição de testosterona além do aumento dos processos judiciais pelos efeitos adversos.
As concentrações de testosterona são variáveis nos indivíduos… os valores se alteram a cada hora, a cada dia e sazonalmente. Níveis de testosterona são afetados pela ingestão de carboidrato, concentrações de triglicerídeos, exercício, atividade sexual, estresse. Existe uma ampla faixa de normalidade das concentrações desse hormônio e não há “níveis normais” ajustados por idade ou por etnia.
É importante também o fato de os sintomas supostamente associados com baixa testosterona (fadiga e menos disposição, aumento da gordura corporal e redução do desejo sexual) são inespecíficos, além de incluem sintomas fisiológicos associados ao envelhecimento, mesmo com valores normais de testosterona.
Curr Opin Urol. 2017 Nov;27(6):516-518
As indicações para a terapia de reposição hormonal com testosterona existem e deverão ser bem avaliadas. Por exemplo, uma meta-análise sugere que a terapia com testosterona promove uma melhora moderada no desejo sexual e um leve efeito sobre a função erétil em pacientes com diabetes tipo 2. No entanto, os riscos e benefícios dessa terapia deverão ser cuidadosamente considerados, e também, da possibilidade da indicação de outras opções terapêuticas. Diabet Med. 2017 Nov 24.
Ainda em se tratando de benefício para a saúde, um grande estudo com seguimento de 15 anos de uma população de homens com mais de 30 anos, observou-se que maior taxa de mortalidade foi evidenciada no grupo cujo o declínio dos níveis de testosterona foi mais acentuado. Esta associação foi independente da idade e níveis hormonais basais. Eur J Endocrinol. 2018 Jan;178(1):123-130.
Tenha sempre orientação do seu médico e evite os riscos do uso desnecessário de hormônios.
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