O melhor exercício é aquele que você gosta, pois será este que conseguirá manter com regularidade e será incorporado na sua rotina diária. Quando a indicação da atividade física sai do escopo da estética e passa a abranger uma dimensão maior que é para o tratamento de doenças a indicação deverá ser mais precisa e, muitas das vezes, o treino supervisionado. No contexto da reabilitação cardíaca para pacientes cardiopatas, uma metanálise avaliou o impacto do exercício intervalado versus treinamento aeróbio contínuo em pacientes com doença arterial coronariana ou insuficiência cardíaca. Foram incluídos 24 artigos reunindo uma população de 1080 pessoas com idade média de 60 anos. Em resumo, resultados mostraram que treinamento intervalado resultou em um aumento maior no VO2 pico em comparação com o treinamento aeróbico contínuo em todos os pacientes, tanto com doença arterial coronariana, quanto com insuficiência cardíaca.
Embora a alta intensidade dos exercícios intervalados resulte em efeitos mais benéficos no VO2 pico, alguns trabalhos já identificaram que a alta intensidade também pode levar a um aumento agudo e transitório do risco de eventos cardíacos graves ou mesmo morte súbita cardíaca.
Nesse paradoxo, dados epidemiológicos sugeriram anteriormente que indivíduos saudáveis sedentários têm um risco aumentado de infarto do miocárdio em 50% durante ou após um período de atividade física em alta intensidade em comparação com indivíduos fisicamente ativos e que habitualmente realizam treinos com essa característica. O futebol no final de semana, aquele exercício iniciado nas férias para “recuperar o tempo perdido”, talvez não seja a melhor opção… o hábito e a rotina são as opções! Veja com seu médico qual sua indicação e suas limitações fisiológicas. Procure um educador físico qualificado para individualizar seu treino e/ou reabilitação.